quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Mesmo com o sacrifício da própria vida

O título deste artigo é a parte final da fórmula adaptada para a cerimônia de entronização de todos os militares na vida castrense. É também adaptada na Guarda Nacional Republicana, uma vez que é uma força de segurança de natureza militar, como diz a diversa legislação aplicável. É um juramento em que se hipoteca a própria vida ao serviço da Nação e muitos têm sido postos à prova perante esse supremo compromisso.Só que a disponibilidade da própria vida não pode servir de pretexto para um agir descuidado, desprevenido ou mesmo irrefletido e uma norma que tem de ser indelevelmente gravada na mente de cada soldado é a segurança pessoal. Mesmo que a adoção dessa norma transmita uma imagem de força exagerada, mesmo que corramos o risco de ser apodados de "cow-boys"... A segurança deve ser a palavra de ordem sempre que haja que intervir em qualquer ação policial, desde a operação meticulosamente planeada para combater o crime organizado à mera operação de rotina no controlo e fiscalização do trânsito ou no apoio à comunidade escolar.Por isso não compreendo a adoção de medidas impostas por quem está comodamente instalado "lá em cima", no gabinete, e determina que no final do serviço a arma seja entregue e depositada no armeiro.
Sempre me manifestei adverso a essa medida por razões diversas: A primeira é que se trata de "passar" um atestado de incompetência aos guardas, a segunda porque se pretende com essa medida suprir a falta de investimento em equipamento, formação e treino de tiro policial, a terceira porque transmite a idéia errônea de que o serviço terminou com a entrega das armas... A ordem pode ser assim ou na inversa, tanto faz. Na minha perspectiva, o agente policial que termine a formação inicial e passe a integrar os efetivos na sua plenitude deveria ser dotado do equipamento, inclusive a própria arma, do qual se faria fiel depositário enquanto se mantivesse ao serviço ativo ou até que lhe fossem aplicadas medidas restritivas ao exercício pleno das funções.Poderá não ser este sequer o principal problema das forças de segurança e especialmente da GNR mas, se calhar, adicionado a muitos outros, constitui uma das causas que revelam as fragilidades que se acentuam cada vez mais nas células que mais mal tratadas têm sido nos últimos anos.
Publicado por:MEMORIAIS

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